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terça-feira, 1 de maio de 2018

Médico esclarece sobre uso e abuso dos defensivos agrícolas.


O médico-orquidófilo Luiz Querino, que, na verdade, se apresenta como orqui-marido e não propriamente como orquidófilo, foi o palestrante da nossa última reunião, no dia 26 de abril, que tratou de defensivos agrícolas, ou melhor, de “Cuidados com defensivos agrícolas”.
Bastante instrutiva, a palestra do dr. Querino alertou sobre os perigos do uso excessivo de defensivos, que quase nunca são manipulados corretamente e com a proteção necessária. O médico mencionou ainda o óleo de Neem, que tem por base a substância Azaderactina, como o único produto não tóxico para combater as pragas que infernizam a vida dos amantes de orquídeas.
Veja a seguir a palavra de Luiz Querino e algumas pranchas trazidas pelo palestrante.  Nunca é demais saber que o Centro de Intoxicação tem telefone para atendimento 24 horas em todo o Brasil, com ligação gratuita pelo (0800) 722-6001.

E agora, na íntegra, a palavra de Luiz Querino:

  "A  apresentação que segue aborda os cuidados mínimos necessários  que o floricultor deve ter  para com a sua saúde e seus colaboradores no  cultivo e manejo de espécies botânicas seja como passatempo ou mesmo com interesse comercial.Não se trata de um alerta desmedido ou radical sobre as ações e efeitos de substancias químicas no organismo,  aconselha-se sobre o zelo que com que o ser humano deve ter para consigo  e  para com os que o cercam , inclusive os insetos polinizadores e animais domésticos ao redor.

Nesse sentido , vale mencionar  o eminente  naturalista  Augusto Ruschi  (1915 -1986),  pioneiro no estudo  de orquídeas e beija-flores , um defensor  aguerrido  da biodiversidade  contra o uso de agrotóxicos e outros defensivos agrícolas. Seus estudos memoráveis sobre beija-flores  tropicais tiveram inicio a partir de observações inéditas  de que estes pássaros seriam  um dos principais polinizadores de  orquídeas e que , assim como as abelhas e zangões , deveriam ser protegidos de ações  deletérias  resultante do uso indiscriminado de pesticidas.

Não raramente  assistimos palestras sobre  aplicação e  o uso  continuado de “venenos” nos nossos jardins e orquidários  para que raízes ,  rizomas (caules), hastes, pseudobulbos, espatas, botões,  folhas e flores  cresçam verdes e viçosos , livres de pragas e doenças  (originalmente  as  cerca de 25.000 espécies  classificadas como terrestres , rupículas, saxícolas  e epífitas  sobreviveram sem auxilio desses produtos) .  Assim, a  longo prazo , o custo incomensurável para a natureza  dessa sobrecarga  tóxica  nas espécies  particularmente as cultivadas  ira seguramente afetar a biodiversidade. A  curto prazo  , casos  incipientes de intoxicação de homens e animais  serao relatados e tratados de acordo com os protocolos vigentes.

Inúmeras publicações , dentre as quais as acima mostradas , mencionam com grande destaque o papel de alguns defensivos no combate a insetos, larvas , tripes,  pulgões, cochonilhas e lesmas . Entretanto , não falam dos cuidados a serem tomados ao utilizar essas pulverizações ou manuseio  em larga ou mesmo pequena escala de modo sistemático no orquidário Mesmo os considerados levemente tóxicos  (com tarja verde), a longo prazo, podem provocar efeitos prejudiciais a saúde".

 


o diretor técnico Carlos Eduardo Martins abriu os trabalhos
 
Dr. Querino, o orqui-marido









nosso presidente fotógrafo

platéia pequena mas interessada

fotos: Edson Cherem

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